terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Fábula curta

“Ai de mim!”, disse o rato, “o mundo vai ficando dia a dia mais estreito”.
“Outrora, tão grande era que ganhei medo e corri, corri até que finalmente fiquei contente por ver aparecerem muros de ambos os lados do horizonte, mas estes altos muros correm tão rapidamente um ao encontro do outro que eis-me já no fim do percurso, vendo ao fundo a ratoeira em que irei cair”.
“Mas o que tens a fazer é mudar de direção”, disse o gato, devorando-o.

Franz Kafka

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009





Ta Prohm, Camboja.
Suntuosos palácios, em ruínas, situados em meio a pobreza e hotéis 5 estrelas. Templos desbotados pelo tempo, natureza vingativa - que destrói o que o homem pensa que constrói.

sábado, 21 de fevereiro de 2009

de novo!

Voltei! E não sei bem o porquê. Afinal o blog nunca efetivamente funcionou e tinha um propósito que não há como resgatar: compartilhar minhas experiências no ano que passei em Tokyo. Eu até posso discorrer sobre minhas andanças pelo oriente. Mas não em tempo real. Sem estar absorvida pela cultura e pelas diferenças. Sem o assombro que reside num presente que, como já é passado, é pobre de minúcias e glamourizado pela saudade que sinto do que não mais existe concretamente.
Faz quanto tempo que não escrevo? Quase um ano? Que coisa! Neste tempo uma série de coisas aconteceram e repercutem na minha vida. Ainda que sejam aquelas coisas que acontecem em nossas histórias sem nossa cooperação. Coisas que acontecem e ponto. Passivamente, fortuitamente. Os gregos antigos as classificariam na tal voz média. Coisas que ocorrem somente a mim e não a esmo. E eu não estou, absolutamente, a fim de falar nessas coisas. Estas vão para um diário que eu possa rasgar. Ou para publicações que eu possa eternizar. Who knows? Só depende de mim e de sorte...
Não sei se há o que dizer sobre este blog. Quase não leio blogs. Não sei alterar esse layout para algo mais pessoal e não sei se alguém compactuará com esse meu delírio narcísico e ler essas sandices. Enfim... Não sei.
E para os que sabem:
O dito e o escrito não provam quem sou,
Trago a plena prova e todo o resto em meu rosto,
Com meus lábios calados confundo o maior dos céticos...
Walt Whitman
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*E viva as anáforas!