quinta-feira, 17 de julho de 2008

Crítica

“Invasões Bárbaras” é uma seqüência disparatada de “O Declínio do Império Americano”. O protagonista é Rémy, um professor universitário em estado terminal, amparado financeiramente pelo filho e emocionalmente por amigos homossexuais, ex-amantes e uma garota viciada em drogas.
O diretor delira quando acha que propõe aos espectadores questionamentos substanciais acerca de conflitos de geração, (dis)funcionalidades dos sistemas de saúde, e principalmente, a sustentação ideológica da sociedade norte-americana (vide o título). Nenhum tema é discutido com devida seriedade e as margens de interpretação, que os fãs do filme podem me acusar de não ter, são tão vastas quanto as letras de uma página em branco.
O filme de Denys Arcand faz um paralelo metafórico despropositado: a morte do protagonista é a morte do mundo. Racionalmente, consigo observar o mundo de uma forma critica e absurdamente pragmática mas, mesmo esta maneira pessoal de cultivar determinada lógica, possui um limite. Comparar o apocalipse com a morte de um homem vulgar de meia-idade é um atentado ao Monsieur Dieu.
“Invasões Bárbaras” retrata o desconforto dogmático de uma civilização que se autodenominava cristã com exemplares de indivíduos que se escusam sob o embuste do ateísmo. O filme erra. Erra com personagens e valores equivocados, diálogos superficiais, ausência de material reflexivo substancial e conteúdo apelativo latente. A crítica erra. Erra quando vê significado e sentido nas frases dos personagens desesperados e patéticos que fazem parte da história e erra quando vê relevância nas banalizações elucidadas pelo filme. Vocês podem até tentar discutir comigo o motivo implícito, recôndito, inconsciente ou whatever pelo qual o filme tem sensibilidade. A versão da crítica realmente não me convenceu.
E eu, que tenho uma veia latina e choro com dramas previsíveis hollywoodianos, não consegui ficar mobilizada emocionalmente com a morte iminente de Rémy. Fiquei, o filme inteiro, com raiva do protagonista. Que, nem no leito de morte, conseguiu se redimir a-b-s-o-l-u-t-a-m-e-n-t-e de seus pecados e continuou vivendo uma vida fútil e reverenciando coisas secundárias. Não conseguiu ser amado verdadeiramente pelos filhos: um utilizava o dinheiro para compensar as faltas do genitor e cumprir o papel familiar que lhe foi imposto e a outra pegou um avião (ou um barco?) pra conseguir gravar mensagens carinhosas àquele homem. Rémy não conseguiu valorizar os descendentes nem nas suas últimas horas. Preferiu ouvir piadas machistas e ocas de amigos (???) sádicos ou então curtir as heroínas (a droga e a mocinha revoltada-decente que virou melhor-amiga-e-filha). Graças às articulações e cifras providas pelo filho yuppie, conseguiu um passaporte pro mundo capitalista-underground e morreu com toda a dignidade que o dinheiro pode comprar.
Todas as críticas às instituições burocráticas, às relações entre pais e filhos, professores-alunos, religião-arte, esquerda-direita são estóicas, retrogradas e reacionárias. A máscara do pensamento pós-moderno dos homens livres não está fixada em personagem algum.
Um paciente terminal que é mostrado na transgressão. Eis o drama e a comédia de “Invasões Bárbaras”. Querem compactuar com minha opinião? Vejam Os Sonhadores, de Bertolucci ou, se forem mais conservadores, Mar Adentro, de Alejandro Amenábar. (...)
Cheers, anyway....

segunda-feira, 14 de julho de 2008

Taxi, Tokyo




















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sábado, 19 de janeiro de 2008

六本木

Roppongi significa seis árvores, 六本木. O lugar onde moro e onde sou feliz...

terça-feira, 1 de janeiro de 2008

Numa cena qualquer...

Em Manhattan (filme de 1979), alguém pergunta ao personagem representado por Woody Allen:
- Quem ele pensa que é, Deus?
Ao que ele responde:
- Bem, com alguém a gente tem que se identificar!